Exportações cearenses acumulam queda de 35% em 2015
O Ceará registrou um déficit de US$ 134,3 milhões na balança comercial no mês de julho de 2015, com as exportações e importações retraindo respectivamente 28,4% (de US$ 125,1 milhões para US$ 89,6 milhões), e 58,1% (de US$ 534,6 milhões para US$ 223,9 milhões), em comparação com igual período de 2014. No acumulado do ano, as vendas para o exterior caíram 35,0%, de US$ 876,8 milhões para US$ 569,9 milhões. As compras externas também sofreram retração: 5,0% (de US$ 1,95 bilhão para US$ 1,86 bilhão), resultando em um saldo negativo de US$ 1,29 bilhão.
Estes são os principais destaques do estudo de inteligência comercial "Ceará em Comex", elaborado mensalmente pelo Centro Internacional de Negócios, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), referente ao mês de julho de 2015.(Documento em anexo)
Apesar de seguir a tendência brasileira de queda das importações, o Ceará aumentou sua participação nas compras externas em relação ao país nos sete primeiros meses do ano, alcançando 1,72% - com aumento de 18,6% em relação à igual período de 2014, quando registrou 1,45%. Já a participação do estado nas exportações nacionais obteve uma retração, passando de 0,66%, em 2014, para 0,50%, em 2015. O Ceará figurou na décima sexta posição entre os principais estados brasileiros exportadores, devido à retração de 35,0% nas vendas externas, superando a média brasileira, de 15,5%. Apenas os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte e Acre registraram incremento nas exportações no ano. Já em relação ao Nordeste, a participação cearense passou de 9,7% para 7,0% - queda de 27,8%.
Exportação
Em relação aos setores exportadores, os calçados; as peles e couros; as frutas (incluindo a castanha de caju); e as gorduras/óleos animais e vegetais (incluindo as ceras de carnaúba); foram os quatro mais relevantes no acumulado do ano, respectivamente com US$ 149,8 milhões; US$ 106,9 milhões; US$ 78,9 milhões e US$ 40,4 milhões. Ressalta-se, porém, que, nos três mais relevantes, houve retração (13,2% para os calçados; 17,5% para as peles e couros e 8,6% para as frutas) em relação ao ano anterior. Chama ainda atenção, o aumento de 101,3% nas máquinas, aparelhos e materiais elétricos e a queda de 92,6% nos combustíveis e óleos minerais.
Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações cearenses no ano, com US$ 134,3 milhões, com participação de 23,6% do total das vendas externas cearenses. Ressalta-se, ainda, o incremento de 38,1% da Alemanha, em virtude de “Partes de outros motores/geradores/grupos eletrogeradores”. No sentido oposto, a Holanda e as Antilhas Holandesas registraram queda, respectivamente, de 83,0% e 83,8%, fruto da ausência de exportação/abastecimento de combustível de navio do tipo “fuel-oil” no acumulado de 2015.
Entre os principais corredores logísticos nas vendas externas cearenses no acumulado do ano, Pecém foi o principal porto exportador, com US$ 180,5 milhões, apesar da retração de 63,3%, fruto, sobretudo, da redução das exportações de óleo combustível do tipo “fuel-oil” e dos calçados. Por outro lado, o Porto de Salvador – posicionado na quarta colocação entre os principais corredores, apresentou um incremento de 128,7%, em virtude, principalmente dos calçados; dos couros e peles; dos tecidos; da castanha de caju; e dos sucos.
Outros portos em destaque foram o de Sepetiba e São Francisco do Sul, com aumento, respectivamente, de 244,3% e 133,5%. No caso do porto carioca, os calçados; os complementos alimentares; e os couros e peles foram os principais responsáveis pelo aumento. Já no porto catarinense, o aumento esteve relacionado basicamente aos couros.
Importações
No que refere-se às importações, o Ceará posicionou-se no décimo quarto lugar entre as unidades da Federação em 2015. O estado seguiu a tendência do país, ao obter uma retração em suas importações de 5,0%. Já em relação ao Nordeste, a participação cearense passou de 11,5% para 12,7% - aumento de 10,6%.
Entre os corredores logísticos das compras externas cearenses no acumulado do ano Pecém foi o principal porto em valores importados, com US$ 1,1 bilhão (redução de 17,2%). Embora o gás natural liquefeito tenha obtido um acréscimo relevante, uma série de produtos que foram comercializados em menor quantidade ou não comercializados, como laminados em aço e ferro, explicam a redução das importações. O porto de Santos, segundo corredor logístico mais utilizado para as importações cearenses, apresentou um acréscimo de 124,3% em relação ao mesmo período do ano passado, graças ao forte incremento de diversos bens. O corredor que obteve maior crescimento percentual, dentre os 10 maiores corredores logísticos de importação foi o Aeroporto de Foz do Iguaçu, com 560%, fruto, unicamente, da compras de “Aviões e outros veículos aéreos”. No sentido inverso, o Aeroporto de Boa Vista apresentou uma queda de 87,1% (tabela 13), fruto da inexistência da importação de “Aviões e outros veículos aéreos, de peso superior a 7 toneladas, mas não superior a 15 toneladas”.
Em relação aos setores importadores, os combustíveis e óleos minerais obtiveram o maior aumento, tanto em valor absoluto - US$ 260,9 milhões, quanto em aumento percentual – 46,9%. Vale destacar ainda a retração de 59,2% nas compras externas de “Obras de ferro fundido, ferro ou aço”. O gás natural liquefeito (tabelas 34, 36 e 37, respectivamente) foi o responsável por colocar Espanha, Nigéria e Catar entre os principais mercados fornecedores para o Estado. No caso da Argentina, “Outros trigos e misturas de trigo com centeio, exceto para semeadura” colocaram o país sul-americano em evidência. Já os Estados Unidos destoam como destaque negativo, reduzindo em 64,9% as exportações de seus produtos para o Ceará. Os maiores protagonistas do decréscimo norte-americano foram o trigo; o algodão; os “Aviões e outros veículos aéreos, a turbojato, 7 toneladas < peso <= 15 toneladas” ; a hulha betuminosa; os ”outros grupos eletrogêneos de energia eólica”, como também outros diversos produtos.